Com 30 anos, ao ouvir o testemunho da Gleice, apercebi-me que tinha destido de mim... (é uma vergonha, mas é verdade). Mãe de dois filhos lindos e casada com um maridão, tinha-me perdido nas tarefas de mãe e dona de casa e esquecido de cuidar da mulher que está por detrás dessas funções.
Desempregada, depois de ter lutado tanto para conseguir a minha licenciatura, a morar numa cidade estranha, longe da família e dos amigos, fui permitindo que a mulher forte, lutadora e com vontade de vencer, desse lugar a uma pessoa cabisbaixa, triste, rezingona e acomodada (como eu odeio esta palavra).
É verdade, quando eu queria estar no meu melhor, para poder passar um bom exemplo aos meus filhos, o que é que eu estava a fazer? A passar a mensagem de que não é possível ser feliz? Que não vale a pena lutar? Como é que eu podia desejar que eles viessem a ser pessoas lutadoras, auto-confiantes e felizes, quando eu não conseguia passar esse exemplo?
Foi preciso um abanão... E, nesse mesmo momento, prometi a mim mesma: NÃO VOU DESISTIR DE MIM!
Obrigada Gleice!